Ao longo da história, muitas pessoas foram deixadas para trás e vivenciaram alguma forma de exclusão social. Esse fenômeno é definido como a ausência de participação e oportunidades de grupos de indivíduos em uma sociedade.
As causas da exclusão social são muito variadas, visto que se trata de um fenômeno multidimensional. Uma pessoa pode ser excluída socialmente por fatores econômicos, profissionais, culturais e políticos, entre outros.
Aqui veremos quais são as principais causas da exclusão social, além de compreender as origens desse conceito e a importância que ele adquiriu nas sociedades ocidentais.
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O que queremos dizer com exclusão social?
Podemos definir exclusão social como a falta de participação e oportunidades dos indivíduos na dinâmica cotidiana e fundamental da sociedade em que vivem.
Freqüentemente, é representada pela rejeição de indivíduos com traços outros que não os socialmente aceitos, privados de seus direitos fundamentais e com dificuldade de se desenvolver plenamente na sociedade.
Exclusão social ocorre principalmente em países em desenvolvimento, mas também pode ser observado em sociedades desenvolvidas. Em todos os casos, ela se manifesta sob a forma de desigualdades, marginalização, discriminação, pobreza e vulnerabilidade de alguns setores da população. O que esse tipo de situação costuma produzir tem a ver com aspectos como condição econômica, gênero, raça, religião, deficiência, identidade de gênero, status migratório …
Embora a conceituação do termo “exclusão social” seja muito recente, isso não significa que não seja vivenciada há muito tempo. Na verdade, a exclusão social tem sido uma constante ao longo da história da humanidade e está presente em todas as civilizações.
A exclusão social é um fenômeno coletivo, no sentido de que se aplica a um grupo de pessoas que compartilham uma ou mais características desaprovadas pela maioria da sociedade. Também é multifacetado e multidimensional, e isso geralmente envolve o uso de rótulos sociais, geralmente pejorativos, como forma de diferenciação e estigmatização para determinar a desigualdade nas relações entre indivíduos ou grupos sociais.
As causas deste fenômeno são muito variadas e, embora as expliquemos com mais detalhes a seguir, podemos dizer que têm a ver principalmente com aspectos econômicos, sociais e políticos. A longa lista de causas de exclusão social seria quase infinita, pois é um fenômeno muito complexo que pode ocorrer de várias maneiras.
História do conceito de exclusão social
No mundo ocidental, pelo menos na Europa, os governos tentam minimizar a exclusão social. Os países democráticos e desenvolvidos promulgam leis com o objetivo de acabar com a exclusão social através da integração da população e da implementação de medidas que promovam a igualdade de direitos e oportunidades. Em princípio, ao garantir que todos vejam os seus direitos fundamentais respeitados e plenamente integrados na sociedade em que residem, a exclusão social desaparecerá.
A ideia de exclusão tal como a entendemos surgiu após o fim da Segunda Guerra Mundial, embora tenha adquirido particular importância durante a década de 1980. graças ao político francês Jacques Delors. Nessa época, esse termo adquiriu grande importância nos países da Europa Ocidental, em particular entre os membros da Comunidade Econômica Européia (CEE), ancestral da atual União Européia. Esta instituição apresenta uma resolução intitulada “Combate à exclusão social” e este documento é a primeira publicação oficial do termo.
Embora o termo seja amplamente compreendido na legislação da Europa Ocidental, outras sociedades, como os Estados Unidos ou países asiáticos, não têm se mostrado tão interessadas em combater a exclusão social. Sua recepção não foi particularmente forte nos países africanos e, embora com alguma intenção de combatê-la, não se pode dizer que a América Latina tem conseguido avançar muito em sua erradicação.
Na realidade nos países onde a ideia de exclusão social é menos conhecida, é preferível usar o termo pobreza para designar este fenómeno.. Embora pobreza e exclusão social estejam ligadas, não são sinônimos, pois pobreza se refere mais à privação de riqueza e dificuldades econômicas, enquanto a exclusão social envolve um problema muito mais multifacetado, multidimensional e multidimensional.
Os 3 tipos de causas da exclusão social
Como dissemos, as causas da exclusão social são múltiplas, mas podem ser agrupadas em três tipos principais: econômicas, sociais e políticas.
1. Causas econômicas
O dinheiro é um dos principais motivos pelos quais uma pessoa pode ser excluída socialmente. A falta de poder de compra é um dos fatores mais importantes na geração de brechas sociais. A falta de dinheiro, onde quer que estejamos, se traduz em dificuldades para levar uma vida plena.
Para muitos, pobreza econômica é sinônimo de exclusão social, razão pela qual algumas leis nacionais continuam a confundir os dois termos. Embora a pobreza e a exclusão social estejam intimamente ligadas, deve-se notar que a pobreza económica nada mais seria do que uma das causas que conduzem à exclusão, porque, como já referimos, a exclusão social é um fenómeno multidimensional.
Na lista das causas econômicas da exclusão social, encontramos:
- Falta de renda
- Emprego instável
- Atur
- Salário muito pequeno para economizar
- Dívidas
- Impostos excessivos
- Insegurança no trabalho
- Famílias dependentes
2. Causas socioculturais
As causas sociais e culturais da exclusão social são numerosas e, na maioria das vezes, dependem de como a sociedade é formada. Entre eles encontramos traços pessoais, ou seja, características de pessoas que, por não serem percebidas pela sociedade em que não estão inseridas como socialmente aceitáveis, as obriga a permanecerem isoladas de outros indivíduos. Ou seja, são a própria causa da discriminação e da exclusão social, encontrando:
- Orientação sexual
- Sexo e gênero
- Raça e etnia
- Nacionalidade e identidade cultural
- Língua nativa
- Religião
É importante mencionar que uma das causas da exclusão social é a falta de rede de apoio, muito comum entre os migrantes. Esse fenômeno é não ter parentes ou amigos para receber ajuda quando necessário. Por exemplo, as mães solteiras migrantes muitas vezes enfrentam esse problema porque estão muito longe de seus entes queridos para receber apoio e são forçadas a conseguir conciliar a vida familiar e o trabalho por conta própria.
Outra causa da exclusão social é a autoexclusão “voluntária” do indivíduo. Algumas pessoas se afastam do resto da sociedade por conta própria, o que pode ser explicado de várias maneiras, dependendo da história pessoal do indivíduo. Em alguns casos, isso ocorre porque ele tem um transtorno mental que torna difícil para ele interagir com outras pessoas, como fobia social ou transtorno de personalidade anti-social.
Em última análise, dentro das causas da exclusão social ligada à social haveria os próprios problemas de comportamento do indivíduo. Algumas pessoas, embora não possuam traços socialmente inaceitáveis, têm dificuldade de integração na sociedade porque apresentam comportamentos destrutivos ou carecem de habilidades sociais plenas, sem apresentar transtorno mental. Isso torna o restante dos membros de sua empresa indiferente em compartilhar tempo com eles.
3. Causas políticas
Enfim entramos nas causas políticas, ainda que realmente se confundam um pouco com as causas sócio-culturais e econômicas, porque a política nunca se afasta do cultural e do econômico. Poderíamos incluir um qualquer causa que produza exclusão social e tem a ver com ideologia, direitos humanos e liberdade de expressão.
Nos países ocidentais, a exclusão social raramente ocorre por razões políticas, embora frequentemente ocorra em países com regimes autoritários, onde um único ou um conjunto limitado de ideologias são considerados permitidos. Portanto, não é incomum descobrir que países latino-americanos, islâmicos, asiáticos e eslavos europeus políticas que favorecem o isolamento de quem não pensa como os Poderes.
A falta de direitos legalmente reconhecidos também é uma causa política de exclusão social. Esta tem sido uma constante ao longo da história, discriminando as pessoas nos aspectos culturais, sociais e econômicos. Temos um exemplo de falta de direitos por razões econômicas nas primeiras revoluções liberais, nas quais o sufrágio censitário foi introduzido (por exemplo, nos Estados Unidos) reconhecendo o direito de votar, mas apenas para aqueles que tinham uma determinada renda.
Outro exemplo de falta de direitos, desta vez relacionado com a cultura, é a situação de muitos falantes de línguas minoritárias na ausência de leis que incentivem o seu uso ou que reconheçam o seu direito de falar à administração. Podemos encontrar este exemplo com línguas como o asturiano, aragonês ou occitano, que, não gozando de um estatuto oficial completo, os seus falantes não têm o reconhecimento político de receber educação nessas línguas ou para lidar com a burocracia.
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